Comunicados de imprensa

HackBoss: um malware que rouba criptomoedas e é distribuído por meio do Telegram

Os autores do malware podem ter recebido mais de meio milhão de dólares em fundos de criptomoedas redirecionados.

Os autores do malware podem ter recebido mais de meio milhão de dólares em fundos de criptomoedas redirecionados.


Brasil, São Paulo, 16 de abril de 2021 - A Avast (LSE: AVST), líder global em privacidade e segurança digital, anuncia que os pesquisadores de seus Laboratórios de Ameaças descobriram recentemente um novo malware que rouba criptomoedas e que eles o chamaram de HackBoss. Trata-se de um malware simples, mas eficaz, distribuído por meio de um canal do Telegram chamado Hack Boss, que existe desde novembro de 2018 e tem mais de 2.500 assinantes, de acordo com a pesquisa da Avast. Neste canal, os autores publicam postagens promovendo aplicativos de hacking ou cracking, mas o que as pessoas obtêm quando baixam esses aplicativos é o malware HackBoss.

Depois de instalado, o malware HackBoss é executado e procura por endereços de carteiras de criptomoedas que são copiados para a área de transferência. Quando o malware detecta um endereço de carteira, ele substitui a carteira pretendida pelo endereço de carteira do próprio autor do HackBoss, desviando assim o dinheiro efetivamente para os autores do malware. A carga maliciosa continua sendo executada no computador da vítima, mesmo depois que a interface do usuário do aplicativo é fechada. Se o processo malicioso for encerrado - por exemplo, por meio do gerenciador de tarefas - ele pode ser acionado novamente na inicialização ou pela tarefa agendada no minuto seguinte.

Os formatos dos endereços de carteiras que o HackBoss verifica são de criptomoedas Bitcoin, Ethereum, Dogecoin, Litecoin e Monero, porém a maioria delas são carteiras de Bitcoin. As análises dos pesquisadores dos Laboratórios de Ameaças da Avast revelam ainda que as vítimas do HackBoss estão principalmente na Nigéria e nos Estados Unidos, e que os autores do malware podem ter recebido mais de meio milhão de dólares (US$ 560.451,08) em fundos de criptomoedas redirecionados (embora parte desse valor também possa refletir em ganhos a partir das vendas de software falso). 

Em seu canal, os autores publicam posts promovendo aplicativos de hacking ou cracking, porém o que as pessoas obtêm quando baixam esses aplicativos é o malware HackBoss e não os aplicativos de hacking ou cracking, que pensavam estar recebendo. Isto porque a postagem contém uma descrição falsa da suposta funcionalidade do aplicativo e capturas de tela da interface do usuário do app. Às vezes, também inclui um link para um canal do YouTube (retirado no momento), chamado Bank God com um vídeo promocional.

É importante destacar que o canal do Telegram é uma ferramenta de transmissão de mensagens públicas para um grande público. Qualquer pessoa pode se inscrever em um canal específico e receber uma notificação em seu telefone a cada nova postagem. Além disso, apenas os administradores do canal têm o direito de postar e cada postagem mostra o nome do canal como um editor, não o nome de uma pessoa.

Embora o malware em si não seja sofisticado, ele pode ser muito eficaz. Muitas pessoas possuem criptomoedas atualmente e as enviam por meio de aplicativos no computador. Executar um aplicativo falso, que gera um processo malicioso e que verifica e troca continuamente o conteúdo da área de transferência, pode levar a uma perda monetária significativa para os usuários. Eventualmente, a vítima pode iniciar um aplicativo de criptomoeda válido em seu computador e vai querer enviar criptomoedas reais para outra pessoa. Copiar o endereço da carteira da criptomoeda receptora alertará o processo malicioso já em execução, que mudará o endereço da sua própria carteira. Um usuário pouco atento pode clicar no botão de pagamento, sem perceber que o endereço da carteira que foi copiado mudou nesse meio tempo e, com isso, perder o seu dinheiro.

"Um agente malicioso só precisa estar um pouco ocupado promovendo aplicativos falsos simples e o ganho monetário pode ser considerável. E é isso que os criadores do malware HackBoss estão fazendo, de forma consistente. O canal Hack Boss no Telegram não é o único lugar onde eles promovem o seu aplicativo falso. Eles também mantêm um blog em cranhan.blogspot[.]com, contendo apenas postagens que promovem os seus aplicativos falsos e há canais no YouTube com vídeos promocionais, além de publicarem anúncios em fóruns e discussões públicas", alerta Romana Tesařová, pesquisadora de malware da Avast.

"O mundo das criptomoedas é divertido e interessante. A cada aumento do valor do Bitcoin, mais e mais pessoas são atraídas para os jogos de venda, mineração e troca de ativos digitais. No entanto, o cenário é tentador tanto para as pessoas honestas quanto para aquelas mal-intencionadas. O malware com foco no roubo de criptomoedas se tornou rotina", acrescenta Romana Tesařová.

A Avast recomenda:

  • Sempre preste muita atenção e seja cauteloso ao lidar com criptomoedas;
  • Sempre verifique o endereço da carteira para a qual você está enviando os seus ativos digitais;
  • Use a autenticação de dois fatores, para acessar as suas carteiras digitais;
  • Instale um antivírus em todos os dispositivos para protegê-lo, não apenas de malware como o HackBoss, mas das ameaças cada vez mais sofisticadas do universo digital.

Mais informações sobre o malware HackBoss podem ser encontradas na postagem de Romana Tesařová no Blog Decode da Avast.