Brasil, São Paulo, 16 de novembro de 2021 - A Avast (LSE: AVST), líder global em segurança e privacidade digital, e Refuge, a instituição de caridade nacional contra abuso doméstico no Reino Unido, destacaram os dez principais dispositivos conectados à internet (IoT) que são mais comumente relatados por vítimas de abuso doméstico, como sendo usados contra elas.
Para a maioria das pessoas, os dispositivos inteligentes oferecem conveniência em casa e enquanto fabricantes como Amazon, Google e Apple tomam precauções para mitigar o abuso, nas mãos erradas, os dispositivos IoT podem ser usados por abusadores para prejudicar e exercer controle sobre suas vítimas. A Refuge tem observado um aumento de relatos de mulheres, que buscam orientação sobre como se proteger tecnologicamente e suporte para os dispositivos mais comuns relatados à instituição, tais como:
Apesar dos relatórios que a Refuge recebeu, uma pesquisa mais ampla com 2.000 mulheres no Reino Unido - realizada pela Avast e Refuge -, descobriu que quase metade (48%) não foi capaz de nomear um único dispositivo que acreditava ser vulnerável ao abuso, aumentando para 60% para aquelas com mais de 55 anos. Além disso, 66% das mulheres não sabiam onde obter informações para ajudar a proteger os dispositivos de sua casa, sentindo-se que haviam sido comprometidas por um abusador - aumentando para 79% para aquelas com 45 anos ou mais.
A pesquisa também ilustra como essas tecnologias são usadas nos cenários de abuso: pouco mais da metade (64%) das mulheres no Reino Unido têm controle como administrador sobre os dispositivos IoT de suas próprias residências. Um em cada quatro (27%) afirmou que o acesso de administrador para esses dispositivos não foi compartilhado igualmente ou com transparência em sua casa. Além disso, 18% das mulheres disseram que não têm controle sobre as configurações de Wi-Fi em suas residências, mas que seu parceiro ou membro da família tem. Além disso, 41% das mulheres no Reino Unido afirmaram que um parceiro ou membro da família sabe a senha de seus dispositivos pessoais - com 28% dessas mulheres, dizendo que não forneceram essa senha voluntariamente.
Ruth Davison, CEO da Refuge, destaca: “Embora as descobertas dessa pesquisa sejam profundamente preocupantes, acreditamos que elas apenas arranham a superfície de uma realidade muito mais dura. Muitas mulheres podem não ser capazes de detectar os sinais, de que foram coagidas a dar sua senha a um parceiro abusivo ou não saber que um membro abusivo de sua casa a está espionando, por meio de sua rede Wi-Fi. A realidade é que uma em cada quatro mulheres experimentará alguma forma de abuso doméstico durante a vida, e o abuso tecnológico é cada vez mais parte desse problema, razão pela qual a Refuge se uniu à Avast. Não estamos apenas tentando aumentar a conscientização sobre esse problema, mas queremos equipar as mulheres para mitigar os perigos potenciais desses dispositivos em mãos erradas”.
Para ajudar as mulheres a recuperar o controle de seus dispositivos digitais e do ambiente, a Avast e a Refuge uniram forças para lançar uma ferramenta de segurança doméstica para IoT: https://refugetechsafety.org/hometech. Esta ferramenta interativa foi projetada para destacar as maneiras pelas quais os dispositivos domésticos inteligentes podem ser usados indevidamente e ajudar as mulheres a mantê-los seguros e livres de abusos.
A ferramenta interativa [foto abaixo] reproduz um ambiente doméstico, destacando tais dispositivos no local. Quando cada dispositivo é clicado, ele fornecerá às mulheres etapas facilmente acionáveis para protegê-las.
Jaya Baloo, CISO da Avast, comenta: “As Nações Unidas chamaram o abuso doméstico e a violência contra as mulheres, no auge da crise de Covid-19, de 'pandemia sombria' e o abuso tecnológico desempenha um papel importante neste problema crescente. Os nossos pesquisadores de ameaças descobriram que houve um aumento de 93% no uso de aplicativos de spyware e stalkerware no Reino Unido, desde que as medidas de bloqueio foram introduzidas. Testamos esses dez dispositivos relatados pela Refuge. Eles são extremamente populares e comuns, por isso nos concentramos em fornecer conselhos claros e viáveis para mulheres sobre como manter os seus dispositivos protegidos contra o uso indevido”.
Um levantamento da Avast aponta que o número de ataques de stalkerware e spyware no Brasil cresceram 268% nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2020 antes do anúncio aos brasileiros sobre as primeiras medidas de restrições contra a Covid-19 no país.
Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) revelam um panorama da violência contra a mulher no país, reportada nos canais de denúncias de direitos humanos do Governo Federal. Em 2020, foram mais de 105 mil denúncias de violência contra a mulher registradas nas plataformas do Ligue 180 e do Disque 100.
Louise*, uma sobrevivente de abuso tecnológico apoiada pela Refuge, relata:
“Meu agressor trabalha com tecnologia e tinha controle sobre a rede wi-fi da nossa casa. Ele me dizia que eu era muito estúpida para entender. Durante o lockdown, seu abuso aumentou e eu precisava tomar medidas para me proteger. Configurei alguns dispositivos domésticos inteligentes para registrar o abuso.
Nunca me ocorreu que o meu parceiro abusivo seria capaz de invadir esses dispositivos e usá-los contra mim, para me espionar, para ouvir minhas ligações, para me observar. Quando deixava a casa para dar uma volta, ao retornar, notava minhas coisas sujas ou desaparecidas. Mas quando verificava os registros das câmeras da minha casa, as gravações daqueles períodos não estavam lá.
Eu não conseguia entender. Continuamente, duvidei de mim mesma. O meu agressor negaria ter tocado em qualquer coisa, mas me deixaria saber que tinha conhecimento sobre o conteúdo das minhas conversas privadas. Foi assustador, confuso e traumático. Eu não sabia onde pedir ajuda, mas encontrei a Refuge e entrei em contato com eles para obter suporte. Eles me ajudaram a reconhecer as minhas experiências como abuso tecnológico e me ajudaram a recuperar lentamente o controle dos meus dispositivos. Embora ele não more mais na minha casa, ainda acho difícil relaxar totalmente perto dos meus dispositivos. Não sai da minha mente, o fato de que ele ainda pode estar ouvindo e assistindo. Você nunca está livre disso".
*O nome foi alterado.
A ferramenta IoT Home Safety pode ser encontrada aqui: https://refugetechsafety.org/hometech
A Refuge apoia mais de 7.000 mulheres e crianças em um dia determinado e opera uma Linha Direta Nacional de Abuso Doméstico no Reino Unido, que é a porta de acesso para obter suporte especializado em todo o país. Mais de uma em cada quatro mulheres na Inglaterra e no País de Gales sofre abuso doméstico em algum momento de sua vida, e duas mulheres são mortas por um ou ex-parceiro semanalmente.
A Refuge oferece o canal de ajuda 0808 2000 247 para abuso doméstico no Reino Unido, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, para suporte especializado gratuito e confidencial. É possível visitar www.nationaldahelpline.org.uk para preencher um formulário na web e solicitar um horário seguro para ser contatado, ou acessar um chat ao vivo (disponível das 15h às 22h, de segunda a sexta-feira).
A instituição também possui um site de segurança tecnológica (www.RefugeTechSafety.org), para compartilhar informações sobre abuso tecnológico e orientações sobre como proteger dispositivos pessoais e domésticos. Para orientação automatizada, em tempo real, sobre como proteger dispositivos, a Refuge também possui uma Ferramenta de Segurança Tecnológica.